Expedição Titicaca
Arqueologia

Expedição Titicaca




Em 1997, realizei um dos grandes sonhos de minha vida. Consegui organizar e realizar um expedição solo ao território peruano. Na ocasião, escolhi o Lago Titicaca como palco da aventura, e durante três meses, andei por mais de 1300 km, contornando-o em busca de ruinas arqueológicas desconhecidas.

Após voltar à São Paulo, era meu objetivo publicar um livro, um diário de expedição, contando o dia a dia de minha caminhada. Isso nunca ocorreu, embora o livro esteja escrito...

A partir dessa data, iniciarei uma série de textos e fotos sobre esse tema: o Titicaca e seus povos. Espero que gostem.

Apresentação

Cheguei em Puno, às margens do lago Titicaca, no final de uma fria tarde. Ventava muito, e o sol já se punha ao longe por detrás do Altiplano, um gigantesco planalto que se estende por mais de 200 mil km², ocupando boa parte do território boliviano e peruano. Somente quando olhei a vastidão das águas a minha frente, é que dei conta da loucura que significava a minha expedição. Foram mais de 1300 km percorridos a pé, contornando sozinho, o mais alto lago navegável do mundo, a 3812 metros sobre o nível do mar. Pretendia fazer este percurso em três meses. Como companheira, tinha apenas uma velha mochila, um bom par de botas, muito planejamento e disposição para andar. Afinal de contas, levei um ano para criar todo o roteiro e pesquisar sobre as tradições e costumes regionais. Mesmo depois de tanto ler sobre ele, o Titicaca impressiona desde o primeiro momento.

São 8562 km² de água que em muitos pontos, assemelham-se ao mar. Não sem motivo, recebeu o apelido de "Mar das Alturas". Em determinados trechos de sua margem, não se pode avistar o lado oposto. Quando decidi contorná-lo, tinha como objetivo, pesquisar as diversas ruínas arqueológicas da região, tentando desta forma, reconstituir um pouco da antiga história dos povos pré-colombianos. Histórias que falam de um passado longínquo, de cidades submersas, tesouros perdidos, rituais e crenças que sobrevivem até os dias de hoje. Estava prestes a entrar em um mundo mágico, habitado pelos aymaras, antigos remanescentes de civilizações desaparecidas. Um mundo tão distante do nosso, que leva certo tempo para conseguirmos compreendê-lo.

Ao longo de todo o trajeto, deparei-me com impressionantes vestígios de antigas culturas. Algumas de fácil acesso, outras nem tanto. Cemitérios gigantescos, como Sillustani, cujas sepulturas alcançam 12 metros de altura! Pirâmides escalonadas de Pucara, um povo guerreiro que dominou em sua época, quase todo o lago. Os impressionantes monólitos de Taraco e Huata, ainda por serem descobertos. As muralhas de Tanka Tanka, com seus 7 metros de altura, repletas de sepulturas, desenhos rupestres e recintos cerimoniais. A longínqua Iskanwaya, cidade da cultura mollo, encravada no impressionante vale do rio Llicka. Tiwanaku, com suas pirâmides, templo semi-subterrâneo e enigmáticas estátuas. Um verdadeiro "caldeirão" de culturas pré-incaicas, que viveram no mesmo espaço, atraídas pelas águas do Titicaca, guerreando e comercializando entre si. Formando um mundo mítico que até hoje povoa a mente dos aymaras. Conhecer o Titicaca foi, acima de tudo, um exercício de vida.

A caminhada teve início em Puno (Peru), seguindo em sentido noroeste com paradas em Hatuncolla, Juliaca, Pucara, Lampa, Taraco, Huancane, Vilquechico, Moho, Conima,Pto. Acosta, Escoma, Carabuco, Ancoraime, Achacachi, Sorata, Laguna Glacial (Illampu), Consata, Maroma e Aucapata. De volta a Achacachi, no sentido sul, por Santiago de Huata, Estreito de Tiquina, San Pablo, San Pedro, Copacabana, Ilha do Sol, Ilha da Lua, Yunguyo, Unicachi e Vulcão Kapía. De volta ao Estreito de Tiquina, sentido leste por Chua Grande, Huatajata, Huarina, Batalla, Pucarani, Tambillo, Tiwanaku, Taraco, Guaqui, Desaguadero, Zepita, Pomata, Juli, Illave, Acora, Chucuito e finalmente Puno, seguindo depois para Ilhas Urus e Taquile. As ruínas arqueológicas registradas no trajeto foram, no mesmo sentido: Sillustani, Pucara, Monólitos de Taraco, Queñalata, Merkemarca, Monólitos de Huata, Siani, Chullpas, Mamakhoru, Iskanwaya, Banho Inca, Intikala, Forca do Inca, Monólito Pajana, San Isidro, Inti Uyo, Canteira, Monólito Jurana, Tiwanaku, Pumapunku, Chiripa, Tanka Tanka e Inka Uyo.



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