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Primeiro-ministro dinamarquês Lokke Rasmussen discursa na abertura da COP 15 (Foto: AFP/ATTILA KISBENEDEK

Conferência de Copenhague começa em clima de esperança por acordo global

Delegações dos 193 países terão apenas 6 dias de reuniões técnicas.

Ministros terão 2 dias para negociar até a chegada dos líderes nacionais.

"O tempo de declarações formais acabou"

A Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP 15) começou na manhã desta segunda-feira (7) em clima de esperança - pelo menos da parte dos organizadores - em relação a um acordo global de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. O evento foi aberto oficialmente pelo presidente da COP 14, o polonês Maciej Nowicki.

Na cerimônia de abertura, o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Yvo de Boer, destacou que o “tempo de declarações formais acabou”. “Chegou o momento de darmos as mãos”, prosseguiu o representante da ONU.

Ele lembrou aos participantes que lotavam o plenário principal do Bella Center, espaço de convenções onde acontece a conferência, que as delegações dos 193 países terão apenas seis dias de reuniões técnicas para entregar resultados aos seus ministros (no caso da delegação do Brasil, quem está à frente é a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff).

Secretário da ONU defende emergentes em Copenhague

A proposta da União Europeia (UE) de vetar repasses de recursos públicos dos fundos de Mitigação e de Adaptação para países emergentes, como Brasil, China, Índia e África do Sul, foi criticada ontem, em Copenhague, pelo secretário-geral do Painel do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), Yvo de Boer.

Para ele, esses países devem, sim, receber dinheiro para ações de combate ao desmatamento, por exemplo. Mas para ele, a verba para adaptação deveria ser concentrada em nações mais vulneráveis.

O plano da UE de excluir emergentes da partilha de recursos, que vem sendo costurado nos bastidores, foi revelado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo De Boer, a discussão "é uma questão recente, que exige uma resposta nova" dos negociadores.

Em entrevista coletiva, ele defendeu a reforma dos atuais mecanismos financeiros, mas disse que Brasil, China e Índia devem ter acesso a financiamentos para suas ações.

De Boer defendeu a melhor distribuição dos recursos, reequilibrando a relação entre emergentes e vulneráveis. "No mecanismo que temos no Protocolo de Kyoto, chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), 80% dos recursos financeiros vão para oito países (entre eles o Brasil)", declarou.

O secretário-geral disse que "nações maiores" são mais capazes de atrair capital privado e que "países pequenos, em especial os da África, precisam de mais recursos públicos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Instalação 'The Pulse of the Earth', perto do centro de convenções onde ocorre a Convenção sobre Mudanças Climáticas, busca chamar a atenção para as consequências do aquecimento global (Foto: Reuters/Pawel Kopczynski)

Os ministros, então, terão dois dias para negociar até a chegada dos líderes nacionais que, se as esperanças se confirmarem, podem fechar um acordo climático global até 18 de dezembro.

A prefeita de Copenhague, Ritt Bjerregaard, e o primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Rasmussen, reforçaram na abertura a esperança de que as negociações avancem neste encontro.

Bjerregaard disse que a cidade precisa se tornar “Hopenhagen”, trocadilho com a palavra “esperança” em inglês (hope) que tem sido usada em campanhas em favor de um consenso climático. As autoridades dinamarquesas esperam que seu país fique marcado como o que selou o acordo que vai substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012

A presidente da COP 15 e ex-ministra do Clima da Dinamarca, Connie Hedegaard, destacou os compromissos de controle das emissões assumidos pelas nações em desenvolvimento, incluindo o Brasil, e também apelou aos presentes por um acordo.

O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, sigla em inglês), Rajendra Pachauri, se juntou a De Boer e aos governantes dinamarqueses ao pedir um acordo em Copenhague.

Ele aproveitou para criticar o vazamento de e-mails trocados por cientistas da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, e de outras instituições, que levaram a acusações de que dados produzidos por pesquisadores do clima não seriam confiáveis.

Pachauri argumentou que um novo acordo de redução de emissões incomoda de tal maneira que provoca até o cometimento de “ilegalidades”. Ele destacou ainda que as pesquisas produzidas pelo painel não são resultado de trabalho individual,e sim de milhares de cientistas que pesquisam e checam suas conclusões entre si.

Dennis Barbosa Do G1, em Copenhague

07/12/09 - 09h22 - Atualizado em 07/12/09 - 11h54

Por AE, Agencia Estado

9/12/2009 6:45

COP 15 - Conferência do Clima em Copenhagen (Série Pense no Futuro - TV Paraíba )






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