Os romanos influenciam várias das instituições e costumes do Ocidente. Por Rainer Sousa Quando olhamos para a extensão do Império Romano em um mapa, mal chegamos a imaginar que esta civilização se originou de um pequeno povoado da Península Itálica. Encravada na porção central deste território, a cidade de Roma nasceu por meio dos esforços dos povos latinos e sabinos que, por volta de 1000 a.C., teriam erguido uma fortificação que impediria a incursão dos etruscos. As poucas informações sobre as origens de Roma são encobertas pela clássica explicação mítica que atribuem sua fundação à ação tomada pelos irmãos Rômulo e Remo. Após a fundação, Roma teria vivenciado seu período monárquico, onde o rei estabelecia sua hegemonia política sobre toda a população e contava com o apoio de um Conselho de Anciãos conhecido como Senado. Os membros do Senado eram oriundos da classe patrícia, que detinha o controle sobre as grandes e férteis propriedades agrícolas da região. Com o passar do tempo, a hegemonia econômica desta elite permitiu a formação de um regime republicano em que o Senado assumia as principais atribuições políticas. Entre os séculos VI e I a.C., o regime republicano orientou a vida política dos cidadãos romanos. Entretanto, a hegemonia patrícia foi paulatinamente combatida pelos plebeus que ocupavam as fileiras do Exército e garantiam a proteção militar dos domínios romanos. Progressivamente, a classe plebéia passou a desfrutar de direitos no interior do regime republicano e a criar leis que se direcionavam aos direitos e obrigações que este grupo social detinha. Apesar de tais reformas, a desigualdade social continuava a vigorar mediante uma sociedade que passava a depender cada vez mais da força de trabalho de seus escravos. As conquistas territoriais enriqueciam as elites romanas e determinavam a dependência de uma massa de plebeus que não encontravam oportunidades de trabalho. De fato, as tensões sociais eram constantes e indicavam as diferenças do mundo romano. Paulatinamente, as tensões sociais se alargaram com a ascensão de líderes militares (generais) que cobiçavam tomar frente do Estado Romano. As tentativas de golpe sinalizavam a ruína do poder republicano e trilharam o caminho que transformou Roma em um Império. No século I a.C., o general Otávio finalmente conseguiu instituir a ordem imperial. Durante o Império, observamos a ascensão de governos que mantiveram a ordem, bem como de outros líderes que se embebiam do poder conquistado. No século I d.C., o desenvolvimento da religião cristã foi um ponto fundamental na transformação do Império. A doutrina religiosa e expansionista contrariou as crenças (politeísmo) e instituições (escravismo) que sustentavam o mundo romano. Crise do Império Romano Foi a partir do século III, que Império Romano começou a declinar de modo acentuado. Entre inúmeras razões, destaca-se a crise do escravismo. Sabemos que o trabalho escravo era um dos pilares da riqueza de Roma, a maioria deles eram prisioneiros de guerra. Ocorre, no entanto, que desde o final do século II, as guerras de conquistas praticamente cessaram, fato que diminuiu muito o número de escravos à venda. Com isso, o preço deles foi ficando cada vez mais alto. Essa crise afetou duramente a agricultura e o artesanato, setores que dependiam do escravo para produzir em grande quantidade, pois visavam à exportação. De forma que, impossibilitou a produção de gêneros destinados à exportação. Roma passou a gastar as riquezas, acumuladas nas guerras de conquista, pagando os produtos que importava, como cereais, armas e jóias. À medida que o braço escravo foi se tornando cada vez mais escasso e caro, os proprietários começaram a arrendar partes das suas terras a trabalhadores livres denominados colonos. Estes eram, geralmente, elementos da plebe urbana, ex-escravos ou camponeses empobrecidos que buscavam a proteção dos senhores das grandes propriedades rurais denominadas vilas. A partir do momento em que os colonos ganhavam o direito de cultivar a terra, eram obrigados a ceder parte de sua colheita ao senhor e a trabalhar, gratuitamente, alguns dias da semana nas plantações do senhorio. Este novo sistema de trabalho foi denominado de colonato. A crise do escravismo e o advento do colonato resultaram na diminuição da produção e no declínio do comércio. Apesar de tudo isso, o Império Romano ainda conservou-se unido por mais de meio século. Em 395, o imperador Teodósio dividiu o Império Romano entre os seus dois filhos: Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, e Arcádio, que ficou com o Império Romano do Oriente. O Império Romano do Oriente conseguiu sobreviver por 10 séculos: só foi extinto em 1453, quando os turcos tomaram Constantinopla, sua capital. Já o Império Romano do Ocidente não conseguiu resistir à pressão dos bárbaros, que nessa época já haviam conseguido romper as suas fronteiras nos rios Reno e Danúbio. Em 476, os hérulos, um grupo de bárbaros germanos chefiados por Odoacro, invadiram e conquistaram Roma. Desmoronou, assim, o Império Romano do Ocidente. Por sua repercussão, esse fato marca o fim da Idade Antiga e o Inicio da Idade Média. O advento das invasões bárbaras e a interrupção da expansão dos territórios caminhavam em favor da dissolução deste Império. Apesar da derrota imposta aos romanos, suas práticas, conceitos e saberes ainda são fundamentais para que compreendamos a feição do mundo Ocidental. De certa forma, todos os caminhos ainda nos levam (um pouco) a Roma. Obs.: Etrusco: Habitante da antiga Etrúria( Itália Central) Gália: França + Bélgica + NO da Itália; língua céltica da Gália. Celtas: Antigos povos da Inglaterra; Povos primitivos da família Indo-Européia; Europa Ocidental. http://www.historiadomundo.com.br Nota do Bottary: No livro " A Caminho da Luz" psicografado pelo médium Chico Xavier, através do seu Guia Espiritual, Emmanuel, o mesmo diz : " A fraqueza e a impenitência dos homens não lhes deixou compreender que o Cristianismo fora chamado à tarefa do governo tão-somente para educar o sentimento dos governantes, preparando-os para levar o esclarecimento e a fraternidade aos outros povos da Terra, então considerados bárbaros pela cultura do Império. As forças do mal, aliadas à incúria e vaidade dos homens, haviam obtido um triunfo relativo e transitório. Pág. 142 - Capítulo XVI - 21ª Edição |