Arqueologia
Herança escondida em Paititi
No ano em que o Peru comemora o centenário do descobrimento arqueológico de Machu Picchu, anunciado pelo americano Hiram Bingham em 24 de julho de 1911, investigações recentes aguçam ainda mais a curiosidade em torno da civilização inca. Pouco a pouco, volta a ganhar força a tese de que parte da rica herança do único império das Américas foi levada a um rincão remoto, chamado Paititi, onde permaneceria até hoje. Muita controvérsia cerca o assunto, mas o historiador e geógrafo francês Thierry Jamin garante estar perto de desvendar o mistério. Segundo ele, o Vale de Lacco, porta de entrada para a Amazônia peruana, guarda "cidades ancestrais complexas unidas por caminhos incas", assim como o que há no Vale Sagrado, nos arredores de Cuzco.
Jamin explora a região do Lacco há 13 anos e acredita que em breve poderá anunciar ao mundo uma grande descoberta na área do Santuário Natural Megantoni. Ele está convicto de que o "Eldorado Inca", cuja referência aparece em texto do jesuíta Andrea López escrito no século 17, vai deixar de ser lenda para se transformar em realidade. Um antigo mapa guardado num museu de Cuzco registra: "Coração do coração, terra índia do Paititi, a cujas gentes se chamam índios: todos os reinos limitam com ele, mas ele não limita com nenhum".
"Há muitos anos vêm sendo encontrados indícios arqueológicos que sinalizam a existência do "Eldorado Inca"", diz Felipe Varela, especialista em cultura andina que há 15 anos percorre o Qhapaq Ñan, a extensa rede de caminhos incas composta por mais de 23 mil quilômetros. "Atualmente, afloram ainda mais evidências que falam do Paititi."
Fonte de vida. Varela conduziu recentemente uma série de TV para o History Channel em que conta a história inca em quatro episódios de uma hora cada. Um deles foi dedicado ao Paititi, e ele teve a oportunidade de sobrevoar a região onde as buscas avançam. "Compreendi que existe na Amazônia muito mais riqueza que o ouro: as plantas medicinais, os animais e toda a matéria-prima ainda desconhecida. Enfim, uma rica fonte de vida."
Para o pesquisador peruano, seus ancestrais souberam interpretar tais riquezas e, de quebra, ainda teriam escondido, literalmente, o ouro dos espanhóis. "Os incas eram astutos e podem ter inventado o Eldorado para os europeus, que, obcecados pelo ouro, vendiam até suas mães para obtê-lo", diz. "Conhecendo as dificuldades de se adentrar na Floresta Amazônica, incentivaram os invasores a seguir um caminho de morte."
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110417/not_imp707368,0.php (17/04/2011)
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