Lições sobre Amar e Viver
Arqueologia

Lições sobre Amar e Viver


“As pessoas recusam ajuda porque acham que seu amor-próprio está ligado ao fato de serem ‘independentes’. Receamos que, de um modo ou de outro, sejamos inferiorizados porque precisamos, queremos e desejamos a ajuda de outra pessoa. Isso vem da nossa cultura independente, individualista. (...) Essa é uma imagem que muitos adotam, especialmente os homens. Eles não se permitem desenvolver um sentido de suas necessidades interpessoais. Para mim, isso é muito infeliz. Pois precisamos uns dos outros mais do que sabemos”.

Sempre que nos sentimos ameaçados pela dor, pelo sofrimento, pela solidão ou por doenças, procuramos conforto nas palavras amigas e na capacidade que algumas pessoas desenvolveram de escutar atentamente o que dizemos. Raramente nos aventuramos a buscar essa solidariedade quando nos sentimos plenos, revigorados e ativos.
Não significa dizer que não precisemos desse suporte em nossos momentos de tranqüilidade ou vitória, pelo contrário, alguns afagos e alguém para nos ajudar a colocar os pés no chão também são necessários em ocasiões como essas.

É tão comum esse comportamento que até mesmo a Deus as pessoas recorrem apenas nos momentos dolorosos e difíceis. Em outras etapas de nossas vidas, quando nos sentimos mais confortáveis e confiantes, nos esquecemos de dividir os louros da glória ou mantemos distância segura para que os êxitos obtidos sejam apenas nossos...

O professor Morrie Schwartz (que já havíamos conhecido a partir do livro “A Última Grande Lição”, de Mitch Albom), pouco antes de morrer produziu um livro através do qual nos fala dessa e de muitas outras dificuldades vividas por ele e por tantas outras pessoas.

Em função de uma doença que o debilitava mais e mais a cada dia que passava, tornando-o dependente do permanente auxílio de amigos e familiares, Morrie tenta nos chamar a atenção em seu novo livro para algumas idéias fundamentais quanto ao modo como encaramos a vida. Entre elas, vale destacar que apesar de crescermos e buscarmos constantemente a independência em relação aos outros, continuamos precisando de apoio, presença e carinho.

“Que o afeto, o amor, a preocupação, o interesse, a admiração e o respeito dos outros sejam suficientes para lhe proporcionar serenidade”.

Suas palavras parecem nos encaminhar para o que é reconhecido pelos estudiosos como “inteligência emocional”. Passamos nossas vidas rodeados por muitas pessoas e poucas vezes conseguimos fazer com que nossos sentimentos sejam percebidos ou que nossas atitudes revertam em favor de um ambiente mais cooperativo, favorável e solidário.

Falta maior generosidade para com os outros e para consigo mesmo. Somos pouco tolerantes quanto aos erros dos outros e mais ainda quando pensamos em nossos próprios deslizes.
Não devemos nos subestimar em virtude de nossas falhas. Elas acontecerão por toda a nossa vida. Temos que aprender com nossos erros para evitá-los em ocasiões futuras. Não devemos, entretanto nos crucificar por conta de nossos deslizes.

“Creio que muitas pessoas se maltratam e se castigam emocionalmente por não se acharem ‘suficientemente boas’ ou por não terem feito o suficiente. Elas se censuram por não atingirem suas próprias expectativas ou as expectativas de alguma outra pessoa”.

O professor Schwartz procura através de suas palavras e ensinamentos nos mostrar que apesar das frustrações pelas quais passamos em nossas vidas, a oportunidade que temos de estar por aqui é única e deve ser saboreada ao máximo. Isso implica inclusive que temos de aprender a lidar com as limitações e com as impossibilidades que eventualmente encontraremos ao longo de nossas experiências de vida.

“Todos nós sabemos que estamos morrendo. A cada dia estamos nos aproximando mais da nossa morte. A melhor maneira de lidar com esse fato é viver de uma forma consciente, compassiva e amorosa. Muitas pessoas perto da hora da morte disseram a mesma coisa, e eu creio que há nela muita verdade. Não espere até estar no seu leito de morte para reconhecer que esse é o único modo de viver”.

Procure se colocar à distância quanto aos problemas para poder analisá-los com maior serenidade, nos ensina Morrie. Isso não significa que devemos fugir de nossas dificuldades, pelo contrário, devemos expressar nossa insatisfação ou decepção dividindo-a com as pessoas em quem confiamos.
Essa distância a qual se refere Morrie pode significar escrever sobre o problema para que possamos compreendê-lo melhor ou mesmo rir de si mesmo em ocasiões como essas para digerir melhor a situação. Ao relaxar e acalmar-se a tendência é que as possibilidades de resolução das dificuldades aumentem.

Nos esquecemos constantemente de algumas lições que nos são dadas há muito tempo. Poucas vezes paramos para pensar naquilo que somos e no que gostaríamos de ser. Deixamos para trás alguns objetivos que traçamos para nossas vidas e temos que recuperá-los. Se desejamos ser mais amigos dos outros porque muitas vezes os agredimos ou fazemos brincadeiras que são ofensivas e desagradáveis?
Se queremos praticar a solidariedade porque não nos oferecemos para ajudar nas várias oportunidades que aparecem? Se pretendemos passar mais tempo com os nossos amigos e familiares que razões nos fazem desmarcar compromissos ou não agendar encontros?

Sempre acreditei que a melhor forma de se relacionar com o mundo fosse através da verdade, da sinceridade. Tento fazer disso uma constante em minha vida. Muitas vezes sinto que as pessoas olham desconfiadas quando estendo as mãos para ajudá-las, talvez isso ocorra pelo fato de não presenciarmos com tanta freqüência a bondade e a honestidade. Lamento que muitas outras pessoas não pratiquem em suas vidas o exercício constante da solidariedade e da integridade.

“Podemos encontrar a alegria em praticamente qualquer situação se estivermos abertos para a experiência da felicidade. Mesmo uma tarefa trivial como a de lavar pratos pode tornar-se uma ocasião para o prazer se nos deixarmos maravilhar com as cores nas bolhas de sabão ou se permitirmos que a visão de um prato relembre a última ceia de natal que fizemos com parentes ou amigos. Seja qual for sua atividade, dedique-se a ela com cuidado, consideração e conscientização. Se nos concentrarmos em fazer o melhor possível em qualquer circunstância, sem ficarmos nervosos ou ansiosos a respeito, talvez descubramos que o que estamos fazendo passa a ser fonte de fruição e prazer, em vez de apenas obrigação”.

Sinto que o mundo é carente de mais pessoas como Morrie Schwartz. Sua fé inabalável na humanidade, sua presença de espírito, seu bom humor e sua disposição para a vida são lições para toda e qualquer pessoa que tenha a oportunidade de ler sobre sua vida e conhecer seus ensinamentos.
Não o conheci pessoalmente, mas sinto que através da leitura de seus livros pude descobrir um pouco de sua essência, de sua sabedoria. Tudo fica ainda mais bonito quando sabemos que Morrie Schwartz dedicou-se a falar sobre a vida, a morte, as relações humanas e tantos outros assuntos quando lhe restava muito pouco tempo de vida pela frente.

Sua coragem e disposição foram tão grandes que não há como não se emocionar e prestar atenção a cada uma de suas palavras, de seus ensinamentos. Lições para serem aprendidas, incorporadas e vividas. Palavras que devem ser repetidas e ensinadas para novas turmas de aprendizes sequiosos por descobrir porque estamos por aqui, as razões de nossas vidas, o sentido de nossas existências...

“Mantenha o seu coração o mais aberto possível, pelo maior tempo possível, para os outros e, especialmente, para você mesmo. Aja com generosidade, integridade e carinho”. (Morrie Schwartz)
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=224





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